Modelo de precificação de ativos “CAPM”
Você provavelmente já ouviu falar sobre o quão importante é a diversificação dentro do mundo de investimentos. Acontece que não importa o quão diversificada seja a sua carteira, algum nível de risco sempre vai existir (aprendemos sobre a diferença entre risco sistemático e não sistemático neste Inter Dica). Os investidores, portanto, buscam uma taxa de retorno que compense esse risco tomado. É aí que entra o CAPM.
O CAPM (Capital Asset Pricing Model, ou Modelo de Precificação de Ativos) torna tangível ao investidor a qual taxa ele deveria ser remunerado pelo risco de investir em determinado ativo. Essa modelagem foi realizada por William Sharpe, John Lintner e Jack Treynor, se baseando na “Teoria Moderna do Portfólio” de Harry Markowitz.
O modelo se baseia em uma série de premissas (as mesmas da Teoria dos Portfólios, de Markowitz), como por exemplo: (i) inexistência de custos de transação; (ii) existência de liquidez necessária para compra/venda de ativos; (iii) simetria de informação (os investidores possuem os mesmos níveis de acesso à informação).
Se você já investe a algum tempo, deve saber que na maioria das vezes essas premissas não se concretizam. Entendemos que o CAPM não é perfeito, mas apesar de suas fraquezas, o modelo se mostra como uma ferramenta muito útil para determinar qual o retorno requerido pelo investidor em troca do risco de alocar seu capital em determinado investimento.
Fórmula
Ra = Rf + Ba * (Rm – Rf)
Ra = Retorno esperado do ativo
Rf = Taxa livre de risco
Rm = Retorno esperado do mercado
Ba = Beta do ativo
(Rm – Rf) = Prêmio de risco do mercado
Entendendo as variáveis
Rf – Taxa livre de Risco
Sabemos que é impossível encontrar um investimento totalmente isento de risco, mas para a Rf podemos considerar o rendimento de algum título público brasileiro de longo prazo, ou o rendimento do T-Bond de 10 anos (título de dívida pública dos Estados Unidos).
Rm – Retorno esperado do mercado
Aqui estamos considerando a rentabilidade do mercado como um todo, como por exemplo o retorno do Ibovespa ou S&P500. É comum utilizar rentabilidades históricas dos últimos 5 a 10 anos.
Ba – Beta do ativo
De acordo com o CAPM, o Beta é a única medida de risco do modelo. Ele mede a volatilidade individual de uma ação em relação à volatilidade do mercado. Simplificando, o Beta mostra como o preço de determinada ação oscila de acordo com oscilações do mercado (aprendemos com mais detalhes o Beta neste Inter Dica).
Exemplo
Rf = 5%
Rm = 10%
Ba = 1,21
Aplicando a fórmula,
Ra = 0,05 + 1,21 * (0,10 – 0,05)
Ra = 0,1105
Com isso, o retorno esperado para o investimento neste ativo hipotético é de 11,05%.
Agora que você aprendeu o que é e como utilizar o modelo CAPM na prática, você já pode utilizá-lo para avaliar os ativos da sua carteira.
Gostou? Fique ligado para mais dicas!